• Relação entre o estado nutricional de ferro de parturientes e seus recém-nascidos Original Articles

    Paiva, Adriana de A; Rondó, Patrícia H C; Pagliusi, Regina A; Latorre, Maria do R D O; Cardoso, Maria A A; Gondim, Sheila S R

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Determinar a relação entre os níveis de ferro de gestantes e seus filhos recém-nascidos, utilizando uma combinação de parâmetros hematológicos e bioquímicos para o diagnóstico da deficiência de ferro. MÉTODOS: Estudo transversal realizado em Jundiaí, SP, em 2000. Amostras de sangue venoso foram coletadas de 95 gestantes e do cordão umbilical de cada uma, e utilizadas na determinação de hemograma completo, ferro sérico, capacidade total de ligação do ferro, ferritina sérica, zinco-protoporfirina, e saturação de transferrina. As mulheres foram classificadas em três grupos: anêmicas, deficientes de ferro e não-deficientes de ferro. As análises estatísticas utilizadas foram o teste de Tukey-HSD, o coeficiente de correlação de Pearson e regressão linear múltipla. RESULTADOS: Entre as gestantes, 19% estavam anêmicas (97,9% levemente anêmicas e 2,1% moderadamente anêmicas) e 30,5% apresentavam deficiência de ferro. Não foi observada diferença significativa nas médias dos valores dos parâmetros estudados nos recém-nascidos dos três grupos (p>0,05). A análise de regressão linear múltipla mostrou fraca associação entre os parâmetros maternos e neonatais. CONCLUSÕES: Os níveis de ferro de gestantes com deficiência de ferro ou com anemia leve/moderada parecem não influenciar de forma significativa os níveis de ferro de seus filhos.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To determine the relationship between iron nutritional status of pregnant women and their newborns using a combination of hematological and biochemical parameters for the diagnosis of iron deficiency. METHODS: A cross-sectional study was conducted in Jundiaí, Southeastern Brazil, in 2000. Venous blood samples collected from 95 pregnant women and from their umbilical cord and used for the determination of complete blood count, serum iron, total iron-binding capacity, serum ferritin, zinc protoporphyrin, and transferrin saturation. Women were classified into three groups: anemic, iron deficient and non-iron deficient. Statistical analysis included the Tukey-HSD test, Pearson's correlation coefficient and multiple linear regression analysis. RESULTS: Among pregnant women, 19% were anemic (97.9% mildly anemic and 2.1% moderately anemic) and 30.5% were iron deficient. No significant difference was seen in mean values of any parameter studied between newborns in the three groups (p>0.05). Multiple linear regression analysis showed weak association between neonatal and maternal parameters. CONCLUSIONS: The iron nutritional status of pregnant women with iron deficiency or mild anemia does not seem to have a significant impact on the iron levels of their children.
  • Efeitos da amamentação e dos hábitos de sucção sobre as oclusopatias num estudo de coorte Original Articles

    Peres, Karen Glazer; Barros, Aluísio J D; Peres, Marco Aurélio; Victora, César Gomes

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Analisar a prevalência de oclusopatias e o efeito da amamentação e dos hábitos de sucção não nutritivos aos seis anos de idade. MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal aninhado numa coorte de nascidos vivos em Pelotas, RS, em 1999. Crianças com seis anos de idade (n=359) foram examinadas e suas mães entrevistadas. Utilizaram-se os critérios de Foster & Hamilton para a definição dos desfechos mordida aberta anterior e mordida cruzada posterior. Informações sobre amamentação e hábitos de sucção não nutritivos foram coletadas ao nascimento, ao primeiro, terceiro, sexto e 12º meses de vida e aos seis anos de idade. As variáveis de controle incluíram escolaridade materna, peso ao nascer, perímetro cefálico e sexo da criança. Foi realiza a regressão de Poisson. RESULTADOS: A prevalência de mordida aberta anterior foi 46,2% e a de mordida cruzada posterior foi 18,2%. Presença de hábitos de sucção não nutritivos entre 12 meses e quatro anos de idade e presença de sucção digital aos seis anos de idade foram os fatores de risco para mordida aberta anterior. Amamentação por menos do que nove meses e uso regular de chupeta entre 12 meses e quatro anos de idade foram os fatores de risco para mordida cruzada posterior. Identificou-se interação entre duração da amamentação e uso de chupeta para mordida cruzada posterior. CONCLUSÕES: Considerando que a amamentação é um fator de proteção às outras doenças da infância, a abordagem dos fatores de risco comuns pode ser o meio mais apropriado para a prevenção de mordida cruzada posterior na dentição decídua ou início da dentição mista.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To estimate the prevalence of malocclusion and to examine the effects of breastfeeding and non-nutritive sucking habits on dentition in six-year-old children. METHODS: A cross-sectional study was carried out nested into a birth cohort conducted in Pelotas, Southern Brazil, in 1999. A sample of 359 children was dentally examined and their mothers interviewed. Anterior open bite and posterior cross bite were recorded using the Foster & Hamilton criteria. Information regarding breastfeeding and non-nutritive sucking habits was collected at birth, in the first, third, sixth and 12th months of life, and at six years of age. Control variables included maternal schooling and child's birthweight, cephalic perimeter, and sex. Data were analyzed by Poisson regression. RESULTS: Prevalence of anterior open bite was 46.2%, and that of posterior cross bite was 18.2%. Non-nutritive sucking habits between 12 months and four years of age and digital sucking at age six years were the main risk factors for anterior open bite. Breastfeeding for less than nine months and regular use of pacifier between age 12 months and four years were risk factors for posterior cross bite. Interaction between duration of breastfeeding and the use of pacifier was identified for posterior cross bite. CONCLUSIONS: Given that breastfeeding is a protective factor for other diseases of infancy, our findings indicate that the common risks approach is the most appropriate for the prevention of posterior cross bite in primary or initial mixed dentition.
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo São Paulo - SP - Brazil
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